A classificação das doenças venosas em membros inferiores vai desde o paciente assintomático (C0) até o paciente com úlceras (C6), passando por edema, vasinhos, varizes, dermatite ocre (escurecimento da pele) e feridas já cicatrizadas.
A presença de varizes (veias dilatadas e tortuosas) pode ocorrer em qualquer parte do corpo, como esôfago, estômago, membros superiores, tórax, abdômen e pelve, com etiologias distintas. Nosso foco, são as varizes mais comuns, as de membros inferiores (geralmente de origem genética e agravada por fatores posturais, gestações, peso, etc).
Geralmente são assintomáticas, podendo causar sintomas leves de peso, cansaço, queimação em membros, edema, e nos casos mais avançados alterações de pele, eczema, sangramentos, flebites e úlceras.
As flebites são inflamações das varizes, com formação de coágulos em seu interior, geralmente de boa evolução e baixo risco de embolias, bem diferente da trombose venosa profunda, que acomete os vasos femorais, poplíteos, tibiais fibulares e veias musculares e requer anticoagulação prolongada.
O tratamento invasivo das varizes com cirurgia ou outras técnicas está indicado tanto por estética quanto por sintomas que incomodem o paciente, além dos casos com complicações como sangramentos e feridas. Nos pacientes com varizes e assintomáticos, sem queixa estética, ou naqueles que não desejam cirurgias ou procedimentos, indicamos o tratamento clínico com flebotônicos, cremes e meias; que não eliminarão as varizes, mas aliviam seus sintomas e diminuem as complicações. Ou seja, a cirurgia de varizes não é mandatória para quem tem varizes, o paciente precisa entender e discutir com o médico as opções disponíveis.
As veias doentes identificadas ao exame clínico, ultrassom ou realidade aumentada podem ser removidas pela cirurgia convencional com microincisões, pelo uso do Laser ou Radiofrequência, pela técnica da espuma ou pela combinação dessas técnicas.
Cada caso deve ser avaliado e julgado pelo médico, pois fatores como quantidade, tamanho, profundidade, distância da pele, flebite prévias, doenças concomitantes, feridas, envolvimento de safenas, indicação por estética, tempo de recuperação de cirurgia e outras, influenciam e muito na técnica a ser escolhida, conforme discutiremos a seguir.