A cirurgia de varizes é o método para remoção de veias superficiais doentes e dilatadas, quer sejam safenas (magna ou parva), veias perfurantes (excepcionalmente nos casos com úlceras e manchas decorrentes de varizes, CEAP 4,5,6), colaterais varicosas (as mais frequentes, são veias sem nomenclatura específica) e veias reticulares (>1 e <4 mm de diâmetro).
Os resultados são muito satisfatórios e a recuperação é rápida, com poucas limitações pós-operatórias na grande maioria dos casos. Pacientes com muitas varizes volumosas apresentam um pós-operatório um pouco mais limitante e demorado.
As cirurgias são bastante seguras, geralmente realizadas em “Day Clinic” com anestesia local e sedação ou raquianestesia. Alta no mesmo dia, com recomendação para uso de meias elásticas.
As cirurgias de varizes têm cobertura pelos Convênios médicos, exceto as cirurgias de termoablação de safenas com Laser ou Radiofrequência, e as espumas; além disso, os custos de uma cirurgia particular em Hospital, tipo Day Clinic estão bastante reduzidos, com a vantagem de oferecerem toda a segurança com equipe anestésica acompanhando todo o procedimento, abundância de materiais e equipamentos, e possibilidade de internação ou realizar tratamentos mais avançados na raríssima eventualidade de um quadro alérgico, arritmia ou hipotensão, por exemplo.
A cirurgia tradicional com microincisões e uso de um pequeno gancho para remoção de veias, sem necessidade de sutura, tem sua melhor indicação nas chamadas colaterais varicosas ( >4mm de diâmetro). Os hematomas são discretos, praticamente sem cicatrizes pós-operatórias, alta taxa de sucesso na remoção das veias doentes, procedimento feito em um único ato e rápida recuperação (2-3 dias).
A cirurgia convencional é considerada o padrão no tratamento para esse tipo de varizes, podendo ser eventualmente substituída por termoablação com laser ou uso de espuma, como segunda ou terceira alternativas.
Quando as veias safenas magnas ou parvas estão doentes, dilatadas e insuficientes, com sintomas que incomodam o paciente e, acompanhadas de varizes visíveis, existe a opção de cirurgia tradicional para remoção da safena, feita com uma incisão inguinal, outra em joelho ou tornozelo, ligadura dos vasos e extração de toda a veia com fleboextrator de fibra ou aço, e sutura das incisões.
Apesar de eficaz, deixa algumas cicatrizes e hematomas, podem apresentar algum grau de lesão do nervo safeno (deixando adormecimento cutâneo temporário ou definitivo em tornozelos especialmente) e de lesão de vasos linfáticos, obviamente aumentando o tempo de recuperação cirúrgica. Embora seja uma excelente técnica cirúrgica, vem perdendo espaço para técnicas mais modernas e menos invasivas como a termoablação por cateter de laser ou radiofrequência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – SBACV
https://sbacv.org.br/storage/2018/02/insuficiencia-venosa-cronica.pdf
Consenso no Tratamento da Insuficiência Venosa Crônica de Membros Inferiores
Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular SP
Doenças Vasculares
Jornal Vascular Brasileiro (digite uma busca)